segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A mulher que odiava apelidos


Ana Carvalho Proença faz parte dessas famílias quatrocentonas de São Paulo. Neta de senador, filha de empresário, bisneta de barões do café. Membro efetiva da plutocracia paulistana.

Engravidou tarde, já aos 40 anos de idade. Com um sobrenome pomposo, tinha uma grande preocupação na cabeça: não queria dar um nome que propiciasse colocarem apelido no filho. Odiava diminutivos. Então a solução era colocar dois nomes fáceis e sonoros.

Às vésperas do parto, veio a solução: o nome da criança seria João Pedro.

Às milhares de horas com o problema em mente não foram em vão. O menino não teria pelido: graças a Deus. João Pedro cresceu com todos os mimos destinadas ao nascidos em berço de ouro.

A felicidade da dona Ana era irradiante. O filho destacava-se na escola, nas artes e nos esportes. Quando João Pedro tinha dez anos o telefone tocou na casa de dona Ana. Do outro lado a voz de um coleguinha de escola de João Pedro – o Fedor está em casa??

Dona Ana morreu seis meses depois. Segundo os médicos, a causa foi uma tristeza infinita.

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