sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Roleta Russa


Não sabia direito como começar esse texto. Eram duas as opções. A primeira seria a introdução depois do título a Sorte Está lançada. Explicaria o termo: “JACTA ALEA EST” – a sorte está lançada – disse Júlio César, e atravessou o rio Rubicão, a caminho de conquistar Roma. Foi o fim da democracia romana. E o início do império dos mais famosos dos Césares.

Depois tentaria criar uma relação com o atual estágio do Grêmio.

Mas, pensando melhor, o título para a situação do tricolor é outro, muito mais arriscado: Roleta Russa.

É isso que os dirigentes do Grêmio estão fazendo. Só que existem cinco balas no tambor e apenas uma não contém o projétil fatal. Um time atolado em dívidas – recentes pesquisas apontam para mais de R$ 130 milhões – está prestes a dar duas cartadas decisivas na sua vida. Veja bem não falo em futuro, mas sim em vida. O Grêmio pode se transformar no Manchester United brasileiro - vencendo tudo - ou no Leeds United, falido e vivendo apenas do nome.

Primeiro a contratação do Ronaldinho. A soma vultuosa, em um primeiro momento, é tranquila de se administrar. O aumento de receita será natural. Mais sócios, vários patrocínios. Mas e se os títulos não vierem. Se o Ronaldinho não jogar absolutamente nada.

Ninguém torce para um jogador, as pessoas torcem para clubes. Inadimplência e abandono da barca por parte dos empresários será a consequência imediata. Ficaremos com um rojão de 100 milhões de reais na mão. Teríamos de produzir anualmente três Carlos Eduardo para cobrir o rombo.

E depois disso vem a Arena. Projeto mais caro ainda e alvo de imenso debate público entre grandes nomes do Grêmio. A vida do tricolor está entre o zenit e o nadir. Espero que o meu time se torne uma referência nacional e mundial. Mas o medo do desastre absoluto paira sobre a minha cabeça como o machado do carrasco que pune os ambiciosos e vaidosos.

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