quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bem - vindo ao Clube


A final da Copa do Mundo de 2010 faz justiça ao futebol. Não especificamente a história dos mundiais, mas como um todo. Acho que a minha tentativa de explicação não será clara e com certeza será prolixa, mas vou tentar mesmo assim. Porém, em suma, Holanda e Espanha merecem ser a oitava campeã do mundo.

Em 1930 (Uruguai), o Uruguai foi campeão de um sul americano com alguns países de fora. Na final venceu a Argentina e conquistou o título.

Em 1934 (Itália), em represália ao boicote europeu, a celeste não foi defender seu cinturão. Só Brasil, Estados Unidos, Argentina e Egito representam o mundo não europeu. Os donos da casa venceram e assim a Azzura faturava seu primeiro título. A Tchecoslováquia foi vice. A Alemanha chegou pela primeira vez na semi.

Em 38 (França), deu Itália de novo. Dessa vez o torneio foi menos "mundial" ainda. Apenas Cuba, Brasil e Indias Orientais (que bizzarro) tentaram dar alguma pluralidade a competição.

O Brasil chegou pela primeira vez nas semis. No caminho derrotou a Tchecoslováquia. A Hungria foi a vice. Suécia em quarto.

A guerra veio e o mundial de 42 foi travado em outros campos de batalhas, muito mais decisivos e mortais. Em 46, o mundo lambia suas enormes feridas e ninguém tinha tempo, nem cabeça para organizar o torneio. Gerações de craques do Brasil e Argentina lamentam a lacuna criada pela ambição dos homens.

Veio 50 (Brasil) e novamente o campeonato voltava a ser disputado. O Uruguai venceu. Restringindo o seleto grupo de campeões mundiais a duas seleções apenas. Pela ordem, Brasil, Espanha e Suécia completaram as quatro primeiras colocações.

Em 54 (Suíca), o mundial tentava ser mais cosmopolita. Quatro seleções não européias estavam no torneio entre elas o Brasil. Quando a Hungria venceu o Uruguai na semi ficou decretado: o mundo iria conhecer seu terceiro campeão mundial.

Do outro lado da chave, a Alemanha Ocidental massacrou a Áustria e também chegava a final. Puskas entrou em campo, mas não adiantou. Os Germânicos atropelaram os Magiares e conquistaram o título.

Pela segunda vez na história a Hungria seria vice campeã. Pela segunda vez na história a Áustria estava entre as 4 melhores seleções do mundo. Porém, a história delas como protagonistas em mundias acabava no país da neutralidade. Hoje, pertecem a um terceiro pelotão na Europa. A Áustria até foi na Copa de 98, a Hungria não joga uma copa desde 86. Não vejo como um crime as duas não terem conquistado títulos mundiais.

Crime, talvez do qual foi acometido o time mais regular dos mundias até ali: a Suécia. Em 58, na semifinal, o time dono da casa bateu a atual campeã Alemanha. Era terceira vez que os nórdicos estavam entre os quatro melhores do mundial.

Mas bateram de frente com uma máquina de jogar futebol chamada Brasil. O país sul americano se tornava o quarto integrante do clube mais famoso do mundo.

Será um crime a Suécia não ter sido campeã? Não creio. Seu futebol é quase amador, apesar de revelar sempre bons jogadores. Só foi voltar a uma semifinal em 94. Seus clubes nunca venceram competições do primeiro escalão da Europa. São mais fortes que Áustria e Hungria hoje, mas não são temidos.


Em 62 (Chile), o Brasil conquistou o bi em cima da Thecoslováquia. Chile e Iugoslávia morreram na semi. O time do leste europeu era vice de novo.

Merecia o título: não. Nunca foi uma escola invejável do ponto de vista técnico, como chegaram a ser seus vizinhos Hungria, Polônia e Iugoslávia (cada uma no seu tempo). E nem grana tem como os russos, ucranianos e agora romenos.

Seus times eram bons, mas depois da mudança de formato da Champions nunca mais incomodaram. Em defesa deles. O país sempre participa de mundias e chegou nas quartas em 90 com uma baita time. Depois do desmembramento, a República Tcheca foi vice campeã européia.

Em 66 (Inglaterra), os inventores do futebol ganhavam o título e se tornam o quinto país a triunfar na Copa. Alemanha vice. Portugal e a "falecida" União Soviética" fecharam a lista dos quatro melhores. Os nossos colonizadores e os "súditos" de Stalin chegaram pela primeira vez a esta altura da competição.

Em 70 (México), pela primeira vez na história só vencedores de torneios anteriores chegavam nas cabeça. Melhor para o Brasil que deixou para trás Itália, Uruguai e Alemanha Ocidental.

Em 74 (Alemanha Ocidental), ser campeão mundial já se tornava muito mais difícil. A Polônia parou na semi, junto com o Brasil. A Alemanha Ocidental faturou o bi, mas surgia pro mundo uma potência: a Holanda.

Em 78 (Argentina), a final reunia duas virgens: Argentina e Holanda. O gordo Kempes comandou a vitória dos hermanos. Os sul americanos tornavam-se a sexta seleção a vencer a Copa do Mundo.

Mas a Holanda merece um título. Depois de 78, a Holanda viu pela TV a Copa de 82 e 86. Em 90 voltou, mas não passou das oitavas. Pegou umas quartas em 94, semi em 98 e agora final. Porém, tem um estilo de futebol invejado e temido.

Seus três principais times já foram campeões europeus. Perderam força, mas de vez em quando pregam sustos nos países mais ricos. Sua seleção já foi campeã Européia. Seus jogadores são cobiçados e jogam em grandes clubes. A Holanda é considerada uma força, apesar de não ter título. Tanto que foi cabeça de chave nessa Copa, algo que os campeões França e Uruguai não foram, em função do lugar que ocupa no ranking mundial.

Em 82 (Espanha), a Itália conquistou o tri. Polônia e França morreram na semi, mas enquanto o time do leste europeu dava os últimos sinais de grandeza, a nação de Napoleão ressurgia com força no cenário mundial. A Alemanha Ocidental foi vice.

Em 86 (México), bi para a Argentina. França e Bélgica ficaram na semi. A Alemanha Ocidental foi vice novamente. E o clube continuava com seis times apenas.

Realidade que não mudou em 90 (Itália). Copa onde novemante só deu vencedores do torneio na semi. Cansados de ser vice, a Alemanha ganhou o título ao bater a Argentina.

Em 94 (Estados Unidos), os dois times que nunca haviam vencido a Copa pararam na semi. A honra de ser a sétima equipe a vencer uma Copa do Mundo não seria de Suécia e Bulgária. Na final, o Brasil conquistou o tetra vencendo a Itália nas penalidades

Em 98 (França), os donos da casa não perderam a oportunidade e conquistaram o título. Era a sétima seleção (a quarta européia) a ter essa honra. Brasil em segundo. Croácia (um dos países que surgiam do desmembramento da Iugoslávia) em terceiro. Holanda em quarto.

Em 2002 (Japão/Coréia do Sul), Brasil campeão. Alemanha vice. Turquia e Coréia chegaram longe, mas vamos combinar estão longe de assustar.

Em 2006 (Alemanha), o sonho de ser a oitava campeã coube a Portugal, mas o time do Felipão perdeu para França na semi. Itália campeã.

Em 2010, das quatro semifinalistas. Duas nunca haviam sido campeãs mundias. Espanha e Holanda contra Uruguai e Alemanha. Os virgens sobrepuseram os experientes e vamos conhecer no domingo a oitava seleção a vencer uma copa. Mas a Espanha merece? Acho que merece!!

Tudo bem minha opinião não é isenta, pois desde o mundial de 98 sempre torço para o time espanhol. Entretanto, vamos aos fatos.

O Real Madrid e o Barcelona são duas máquinas de conquistar títulos. Seus jogadores são estrelas e donos de grande técnica.

Em 62, a Espanha era forte, muito forte. Cheia de jogadores naturalizados, mas era um baita time. Nilton Santos deu um passo a frente e o time ibérico ficou pelo caminho. A partir dos anos 90, a Espanha ingressou no primeiro escalão do futebol mundial. Seus times já estavam aí, mas a seleção não.

Ah, em 82 e 86 o time chegou perto da semi. Mas a partir do mundial de 94, a expecativa sobre eles começou a crescer. Nos Estados Unidos, um gol do italiano Baggio no último minuto selou a sorte da Fúria. E dizer que minutos antes Julio Salinas teve no pé a chance de levar a Espanha para a semi.

Na Copa da França, o time chegou como um dos favoritos, mas cai na primeira fase. Em 2002, só vitória até as quartas quando perdeu para a Coréia do Sul graças a arbitragem.

Na Alemanha, só vitórias de novo na primeira fase e derrota para a França nas oitavas. Mas o meninos bons de bola (Torres, Villa, Iniesta, Xavi, Ramos, Cassilas) foram virando homens e conquistaram a Europa em 2008 e dessa vez conquistarão o mundo.

Tá, mas e a Holanda? Fiquem tranquilos, pois a Casa de Orange sairá vencedora em 2014. Com show dos garotos Elia e Affelay e dos veteranos Robben e Snejider.

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