sábado, 12 de fevereiro de 2011

É bom sofrer


Noite de sexta-feira de tédio total. Cansado devido a reuniões, os companheiros foram jogos no lep top e a TV. Atenção maior ao massacre do ucraniano Dolgopolov no brasileiro Ricardo Mello em jogo válido pela do Brasil Open. Logo logo esse moço estará entre os dez melhores tenistas do mundo.

Depois filmes e o final do jogo da NBA entre Lakers e Knicks. Mas, a emoção não estava reservada ao Madison Square Garden e sim a cidade de Cleveland. Lá os Cavs venciam na prorrogação ao outro time de LA (a ESPN transmitiu o fim o jogo), o Clippers. Nada demais não fosse o fato que o time do estado de Ohio não viesse de 26 derrotas consecutivas, recorde na liga americana.

Ginásio lotado e muita emoção, pois uma derrota significava o nome da história como a equipe que mais perdeu jogos consecutivamente contando todos os esportes americanos (Hóquei, Basquete, Beisebol e Futebol Americano). As 26 derrotas do Cavs significam um empate entre a franquia de Cleveland e o time de Futebol Americano do Tampa Bay Buccaneers.

Os distraídos diram: mas esse Cavs não é um saco de pancados eternos da NBA?! Não, pelo contrário. Graças ao draft de Le Bron James, a equipe de Ohio frequentou os primeiros lugares. A saída do astro para o Miami Heats desmantelou a franquia. E mesmo assim ontem o ginásio estava cheio. Quem explica esse masoquismo do torcedor.

No basquete o jejum significa três meses só de derrotas, mas no Futebol Americano a proeza de tantos insucessos consecutivos é traduzida em duas temporadas inteiras. Imagina torcer para um time que ficou praticamente dois anos sem comemorar uma vitória sequer.

A torcida do time da Flórida se manteve inalterada e fanática. Aliás, foi no longo jejum de títulos do Corinthians que a fiel cresceu de forma vertiginosa. Eu sei existem dezenas de exemplos contrários: torcidas que aumentaram em tempos de fartura de títulos. Porém o torcedor forjado no sofrimento é muito mais dedicado. Consome qualquer produto do clube e comemora a menor das vitórias já preparando o corpo e a alma para a derrota que está ali o esperando em cada esquina.

Esse é o verdadeiro torcedor. Esse entende porque o ginásio do Cavs estava cheio ontem. Por que o torcedor vibrou como se o time conquistasse o maior dos títulos.

Se o dramaturgo Nelson Rodrigues fosse vivo diria: ontem a vitória do Cavs fizeram os perdedores se sentirem menos perdedores, os idiotas menos idiotas, o marido que não pia em casa cresceu a crista e gritou com a mulher por vinte e quatro horas.

Obrigado Cavs...

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