
A alegria na infância interiorana dos anos 80 é disparada por vários sons, mas nenhum comparado ao zumbido do apito do picolezeiro. A galera entrava em alfa. Se estava sentada, levantava correndo em direção ao pai, mão, vó, gritando e implorando ao mesmo tempo por alguns cruzeiros, cruzados novos, ou qualquer moeda em vigor nos tempos da inflação e dos planos econômicos milagrosos.
Os carrinhos eram brancos e os picolés na maioria artesanais. Meus favoritos eram chocolate, creme e coco.
Na adolescência o som favorito é um simples cumprimento. Mas ele tem que vir na voz de uma mulher e precedendo o teu nome. Uma espécie de OI, CRISTIAN. Que loucura.
Em Tramandaí, na casa da Kully, a galera se divertia jogando taco quando a Lívia, ex colega de aula da minha irmã, parou no outro lado da rua e disparou um OI, Cristian daqueles.
Apesar de já não ser um adolescente, estava com 21, o singelo cumprimento teve formas de erotismo e ganhei pontos com a galera. Nós até ficamos depois, mas não teve um quinto da importância do OI, CRISTIAN.
Na vida adulta seguem frases femininas os da minha preferência. Principalmente duas: eu te amo e nunca gozei assim na vida (esse último é mentira deslavada, porém ótimo de escutar).
Mas um som independe de dia, hora, local, idade e o caráleo a quatro, é o estufar da bola do time que tu torce na rede adversária. Catarse total. Loucura geral.
Faltam nove jogos para acabar o brasileirão e enquanto a vida existe esperança. Vamos Grêmio e se não der que dê o Fluminenses pois assim eu ganho 50 reais do pato do Jefferson oriundo de uma aposta no início do campeonato
Hahahahahaa...muito boa esta matéria, só pra te lembrar Cristian em Rio Grande o carrinho do picolé era o MILK MONI e a fábrica ficava atrás da minha casa na linha nova...e agora vamu que vamu PORTALUPI...pra cima deles!!!
ResponderExcluirSaudações TRICOLORES...sempre com a geral!!!
Abração, Maurício Ferreira (Chambinho).