quinta-feira, 14 de abril de 2011

Desculpa, Diego!!


Mal adentrei a porta e procurei o velho televisor Telenfunken da sala. No canto superior da tela o placar apontava dois a zero pra Argentina. Lineker ainda descontaria e quase empataria o jogo em um lance que errou a cabeçada por milímetros. Jogada sempre originária de drible e cruzamento do endiabrado Barnes.

Mas não seria o atacante com cara de bobo, nem o rápido ponta esquerda os homens daquele jogo válido pela quartas da Copa do Mundo de 86, no México. O dono da partida era um meia genial Um garoto pobre do subúrbio de Buenos Aires. Fez dois na peleia. Um com a mão, outro driblando até a Margareth Thatcher antes de empurrar a bola suavemente para a meta de Peter Shilton.

Eu perdi essa preciosidade ao vivo. Estava jogando taco com os meus amigos de prédio lá em Rio Grande. Ainda bem, pois estava torcendo pela Inglaterra.

Maradona seguiu me judiando. Torcedor juventino, acordava sempre antes das dez horas para acompanhar o campeonato italiano, mesmo quando a partida ao vivo transmitida pela Bandeirantes não fosse da Vecchia Signora.

Na minha memória juvenil, Maradona marcou em todos os jogos contra a Juventus. De todas as formas possíveis: pênalti, falta, driblando todo mundo.

O Napoli nunca foi tão grande como naqueles tempos e depois passaria vinte anos no ostracismo até lutar por um título nacional novamente.

Maradona foi rei em Nápoles. Dividiu a cidade na famosa semifinal contra a Itália na Copa de 90. Seu nome é motivo de reverência cega na Argentina e no sul da bota.

O atacante Balbo ousou criticar sua conduta no vestiário na véspera do jogo contra Romênia nas oitavas da Copa dos Estados Unidos, em 94. Um segundo depois era alvo de um soco do atacante Batistuta.

Diego jamais poderia ser criticado por um conterrâneo. Nem que urinasse ao mesmo tempo nos túmulos de Gardel e Evita Perón. Quem viu a cara do garoto durante o hino da Inglaterra em 86 sabe disso. Ali estava estampado todo o orgulho e ressentimento argentino depois da derrota nas ilhas Malvinas (Falklands, né, afinal os ingleses ganharam a guerra).

Diego é mais do que um gênio do futebol, é o maior jogador que já passou em campo para os nascidos na décadas de 70 e no início da de 80.

Quer dizer era. Desculpa, Diego, mas teu conterrâneo Messi te superou. O menino de Rosário é o maior jogador que eu vi jogar.

Independente da carreira na seleção Argentina ou do que possa a vir fazer mais no Barcelona, Messi é incomparável!

Alex Fergunson (treinador do Manchester United)) diz que ele parece jogador de vídeo game. É mais do que isso!! Messi parece ser o principal jogador de videogame no time do Messi dos videogames.

É um gênio da bola. E o melhor de todos os argentinos. Até Maradona sabe disso!

3 comentários:

  1. Concordo, Cristian!!
    A única diferença é que o Maradona me fez gostar do Napoli, mas o Messi nunca vai me fazer gostar do Barcelona, depois de 2006.

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  2. Cristian, não concordo contigo talvez nossa diferença seja de idade eu como mais velho, e bem mais velho, sou meos empolgado com os comentários da mídia. Para mim Messi, que acho um excelente jogador, um fora de série só joga mais e muito mais do que o Cristiano Ronaldo. Na comparação entre os argentinos ele não joga o que jogou a perna direita do Maradona.
    Abração.

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  3. Bah Cristian...Craque de mídia e tu ainda cai nessa!?Tá certo que o Messi joga bagaraio,mas pra superar Maradona falta muito...Quero ver ele levar o Napoli nas costas como o Dieguito levou...E olha que o time napolitano era uma versão brasileira da Ponte Preta antes da era Diego..Alias,quem não jogou muito no Barcelona!?Com dinheiro a rodo,tem que ter uma boa equipe mesmo..O time espanhol é uma seleção internacional..Tem trocendos europeus de nacionalidades diferentes,africanos,eslovacos,birmaneses,guatemaltecos e se duvidar até marcianos no banco de reservas.No dia que o Messi jogar Almeria e leva-los ao titulo,ai sim,eu vou dar a mão a palmatoria..Mesmo assim,ainda tem que dar a benção a Pele né!?

    Abração.Caju.

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