quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Grande Zé


Queria, antes de postar esse texto sobre o Zé, pedir desculpas ao pessoal do futebol de mesa. Curto escrever sobre botão, mas gosto de escrever sobre sexo, esporte...enfim, esse blog é libertário e palpiteiro sobre a vida

CONHEÇAM O ZÉ E SUA CANALHICES

O Zé tinha vários quês de um sujeito normal. Baixo, um metro e setenta e três no máximo. Calvície acentuada, para não dizer careca total. Aspecto que o fazia parecer bem mais velho que os seus trinta anos. A falta de pelos no corpo somada à pele bem clara, lhe dava um ar feminino às vezes. Para piorar, os olhos escuros e sem graça não lhe proporcionavam nenhum charme. A falta de músculos no corpo quase somaliano (como brincavam os amigos) o deixava longe de ser um homem cobiçado pelas mulheres.

Em contrapartida, o bom humor dele superava as adversidades provocadas pelo corpo. Dizia em bom som que tinha o tornozelo mais bonito de Porto Alegre. Adorava fazer graça com as suas “conquistas”.

“Peguei uma ontem que não tinha o centroavante.”

“Sério, a mulher era demais. Cem quilos de puro prazer.”

“Só vi a deformação na mão dela quando agarrou o meu pau pra pagar o boquete.”

E assim seguia o Zé rindo dos “defeitos” alheios para não pensar demais nos dele: na falta de tesão que gerava nas mulheres. Só admitia nos bares com os amigos e amigas mais chegados.

“Deus não dá asa à cobra. Se fosse mais ou menos bonito, pegava todas”, garantia entre uma cerveja e outra, para depois lamuriar-se durante horas sobre a importância das mulheres em sua vida.

Não pensem que o Zé era loser total. Negativo: pegava várias meia-boca ou limpinhas –como sempre diz o nosso amigo Diego.

E assim a vida do Zé foi transcorrendo. Até ser surpreendido por uma informação. Daniela, namorada do Bruno, falava a todos da mesa, mas principalmente para o Ricardo, galã da galera (alto, forte, olhos verdes claros e um sorriso no mínimo persuasivo). O Ricardo até parece Iemanjá, tá sempre recebendo oferendas. E a Dani estava jogando o sabonetinho no mar.

“Eu tenho uma amiga, a Débora, que ficou solteira recentemente. Linda de morrer. Super corpo. Parece a Giovanna Mezzoogiorno (atriz italiana). Vocês precisam ver, vão ficar todos loucos por ela.”

Os outros o Zé não soube, mas ele se apaixonou naquela hora. Giovanna era alvo de homenagens e mais homenagens. A atriz do filme La Último Bacio é dona de uma beleza madura e olheiras. O Zé sempre me diz que adora olheiras.

“Cristian, mulheres com olheiras são tudo nessa vida. Estilo junkie, sabe?”

E o destino sorriu pra meu grande amigo Zé. Primeiro, o Ricardo arranjou uma namorada, a Kátia. Depois, O Zé conheceu a Débora (linda e gostosa como a Daniela tinha dito) num dia em que estava completamente bêbado e à vontade para falar suas loucuras deliciosas, que tanto seduzem os amigos e amigas desse filho da puta.

A Débora caiu de quatro por ele. Na primeira noite se dedicaram apenas aos beijos. Foram devagar testando a aderência, sentindo o contato. Curtindo a língua, o pescoço, mas a velocidade dos acontecimentos foi saindo de controle.

Rock n’Roll rolando pegado no Cabaret Voltaire e o Zé curtindo seu momento de astro com a melhor mina da festa. A certa altura perdeu todo o pudor de mostrar a excitação descontrolada do seu corpo.

Esfregava o pau duro na calça jeans de Débora. Hora na região da buceta, ora na bunda quando a dominava de costas. A resposta vinha em gemidos baixos e rápidos. Zé mandou o mundo à merda e dentro do Cabaret puxou o cabelo dela com violência, como se já a estivesse comendo de quatro em sua cama. Os dentes cravados no pescoço sugando cada gota da gata mais gostosa do mundo.

A loucura tomou conta, mas não foi nesse dia que Zé desfrutou do sexo da gostosa Débora.

Uma semana depois, o celular do Zé toca. Ele atende no primeiro toque e ouve A voz.

“Estou aqui na frente, pode descer.”

O Zé desceu correndo, alucinado. Atropelou no caminho a dona Dulce, uma coroa gostosa que mora no apartamento em cima do seu.

Abriu as duas portas antigas, características de prédios de quatro andares da rua Felipe Camarão, e tascou um beijo em Débora digno de E O Vento Levou. No corredor, já dentro do edifício, deu outro beijo, esse mais malicioso, digno, digamos, de Márcia Imperator e Carlos Bazuca, astros de brasileirinhas.

Fechou a porta atrás de si e seguiu Débora com passos curtos, sempre a admirar sua bunda. Zé gostava de olheiras, mas na véspera do primeiro arremate não tem como ignorar a parte favorita de 11 entre 10 brasileiros.

Daqui pra frente, o Zé me contou pouca coisa. Vamos as partes principais.

O Zé é um ser humano normal, ou seja, cheio de taras. A primeira delas, sorver a buceta com ímpeto depois de retirar a calcinha da guria. Isso é uma lição, sempre diz o Zé.

“Na primeira vez que o cara come uma guria, ele tem que tirar a calcinha dela.”

E com a Débora não foi diferente, a boca grudou nos lábios vaginais com força enquanto a mão direita conhecia o seio siliconado da “Giovanna”.

Zé não demorou muito.

“Gosto de chupar, mas acho que não sei direito, então prefiro partir pra onde me garanto que é a penetração.”

Mas antes teve tempo de manifestar outra tara sua.

“Cara, eu tinha uns dezessete anos. Namorava a Bruna. Um dia tô comendo ela de bruço quando de repente ela pega meu dedo o coloca dentro da boca e diz pensa que eu tô chupando teu pau gostoso. A partir daí, meu camarada, sempre peço pra elas fazerem isso, hahhahahaha.”


Só que dessa vez o tiro saiu pela culatra. A Débora olhou fundo no olho dele e disse, tu não prefere que eu chupe o teu pau sem pressa. Estava prestes a cair mais uma teoria do Zé.

“Mulher não sabe chupar direito. Todas roçam os dentes na cabeça do pau do cara. É a maior merda. Eu prefiro ficar me masturbando enquanto ela chupa as minhas bolas. Isso sim é muito bom.”

Mas a Débora dominava o assunto, isso que usava aparelho. O Zé foi à loucura e não conseguiu se controlar. Prestes a gozar, resolveu ser cavalheiro e avisar. Quando abriu os olhos, vários segundos depois da explosão, Débora já estava de pé a olhar direto nos seus olhos e perguntar se tinha gostado. No rosto e nos lábios nenhuma marca de esperma. Ela havia engolido tudo, para a alegria juvenil de Zé.

“Puta que pariu, Gustavo, nem quando consegui a figurinha do Marquinhos do Atlético Paranaense – que era a última do álbum do brasileirão de 1988! – fiquei tão feliz.”

Foram seis horas de sexo quase ininterruptas. No máximo pausa para uma água ou refri. Rolava um banhinho também. Se bem que, na hora em que os dois foram tomar banho juntos, nunca se ouviu tanto gemido no prédio. Culpa do vácuo dos banheiros.

Em meio à décima sexta transa, a frase com o qual até hoje o Zé começa todas as suas homenagens: Me come forte, como nunca ninguém me comeu, seu filho da puta.

“Nessa hora, galera, larguei de ser ateu e não tive dúvida, Deus existe e só quer o bem da humanidade.”

Seis da manhã os corpos se entregaram. O problema é que a Débora trabalhava dali a duas horas, no sábado de manhã. Ela acordou, tomou banho e voltou para a cama para se despedir do Zé. Na mão um copo de nescau. Trouxe pra ti. Quando ele despertou do sono e viu o copo se desesperou. Fudeu. E olha que o Zé ama nescau. A Giovanna saiu pela porta e nunca mais entrou.

“Gurizada, nunca tenham um relacionamento com uma mulher que traz nescau pro cara depois da primeira noite, por mais bonita e gostosa que ela seja. É furada!”

As lições do Zé são sempre às melhores.

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