terça-feira, 9 de março de 2010


E aí galera é o Pedrão de novo. Este é meu último texto e me despeço já antecipadamente. Um dia, não faz muito tempo, estávamos eu, o Cristian e o Nei Lisboa a beber vinho e olhar a bunda de alguém, quando o garoto do Alegrete me contou que jogava botão, quer dizer, Futebol de Mesa.

O olhar era triste, desconsolado. Devido ao grande número de regras, as modalidades agonizavam e via- se pouca esperança de horizontes mais longínquos.

Pedi mais explicação sobre esse desânimo e ele enumerou os problemas. Lembro-me de alguns, como falta de jogadores abaixo dos 18 anos.

“Joguei juvenil com 32 jogadores. E tinha eliminatória na associação e olha que naquela época a idade limite era 15 anos”, relembrava com forte euforia na voz.

Dizia também que muitas associações tradicionais tinham fechado suas portas, algumas lacrados. Que o “esporte” sobrevivia em três, quatro cidades.

Lamentei na hora, mas questione-o em seguida: “porque não se unem e criam apenas uma regra”. Impossível, ele me respondeu. Todo mundo que joga acha sua regra melhor e hoje no Rio Grande do Sul, como no Brasil, existe uma tamanha variável que é quase utópico chegar a um consenso, como uma mistura de todas as regras, por exemplo.

Em seguida emendou. Talvez, num primeiro momento, desse certo, mas depois criariam-se guetos novamente com N regras voltando a ser utilizadas em pequenos espaços.

Entendi. O lance é cada uma sobreviver da melhor forma e aqueles que tiverem sucesso podem cooptar jogadores de outras ou até conviver em harmonia jogando em duas ou mais regras, observei.

O Cristian disse que era por aí mesmo.

Passado algum tempo. Pesquisei o assunto a fundo e elaborei um número ambicioso de associações. Usei como fonte os blogs e sites das entidades, que começam a se proliferar, o site da FGFM e o blog do Gothe, que é, sem sombra de dúvida, disparado o maior veículo de informação do “esporte” nas bandas gaudérias. O do Saul era muito bom tb. Chegou a ter quatro acessos diários, pena que acabou.

O número é 24, uma homenagem, não proposital, ao Gerson Azevedo e ao Caju, o casal mais bonito e lascivo que já conheci em boates gays da capital. Pena que Cristian, apesar de meu amigo, nunca quis me acompanhar. Aquele guri é um ícone da heterossexualidade.



Mas vamos ao meu estudo - restrito a regra brasileira.

Pelotas: Três associações bem estruturadas. Já passaram por apertos, assim como tiveram dias mais gloriosos (me refiro ao número de associados), mas hoje convivem harmoniosamente e com espaço para crescer internamente.

COP: Cerca de 20 jogadores, mas o número tem oscilado para baixo.

Pelotense: Em fase de crescimento vertiginoso. Não temos dados de quantos jogadores atuam por lá, mas chuto uns 15.

Academia: Cerca de 20 jogadores. É a entidade mais estável do RS

Rio Grande: Duas entidades. Ambas não possuem blog ou não são de conhecimento da maioria.

AFUMERG: Em um bate papo informal, descobri, no ano passado, que 18 jogadores travam duelos nesta tradicional entidade da zona sul do Estado.

Rio-Grandina – Talvez a maior associação em número de jogadores. As informações é que passam fácil de 20 os competidores.

Porto Alegre: Atualmente, cinco entidades dividem a atenção e o comprometimento dos adeptos do Futebol de Mesa.

AFUMEPA: Entidade mais tradicional da capital. Chegou a conviver com o fantasma do fechamento. Depois teve um UP e contou com mais de 30 jogadores na data em que completava 25 anos de vida (ou seria 30, não tenho bem certeza agora). Hoje funciona com 15, 20 jogadores. Mas muitos dedicam-se apenas ao liso, o que dificulta mapear com exatidão o número de associados.

Círculo Militar: Associação modelo para o restante. Exemplo de renovação e organização. Tem em seu plantel mais de 20 jogadores. E com esforço e sorte pode chegar aos 30.

Franzen: Associação que teve uma origem quase moribunda com poucos atletas. Passa por uma fase de pujança, com muitos jogadores de outras entidades somando ao seu quadro. O campeonato, segundo o site do Breno, iniciou com 20 jogadores. Destaque para o Caju, meu ídolo maior.

Grêmio/Porto Alegre: Sem casa, mas com jogadores fiéis e comprometidos. Se puxando, passa fácil dos 20 jogadores, mas a expectativa é que 15 atletas comecem o ano.

GNU: Participou de todas as competições da federação no ano passado, mas elas foram em POA. Fica a expectativa do mesmo comprometimento quando o grupo tiver que viajar ao interior, principalmente em competições que exigem mais jogadores, como o estadual por equipes, por exemplo. Menos de 10 jogadores disputam a brasileira no local.

Essas foram às cidades que possuem mais de uma entidade por cidade, daqui para baixo, vamos no ater as associações que reinam solitárias em seus domínios.

Passo Fundo: Chegou a ter 30, 40 jogadores. Nos últimos tempos estava remando para se manter viva. Mas o tempo de vacas magras ficou no passado. Jogadores da cidade de Tapejara e o eterno filho do Pirênio e do Rogério Sacco (A. Gilberto) integraram-se a grupo que conta em seu atual campeonato interno com 14 atletas.

A torcida é que, apesar da distância, os representantes na modalidade livre da região norte do Estado façam-se presentes em todas as competições da federação, algo que não ocorreu em 2009.

Bagé: A cidade que mais tem abundância de água no RS. Por isso, que o Azamba gosta tanto de ir pra lá, pode matar o banhos sossegado sem ninguém encher o saco dele.

No Futebol de Mesa, temi que a entidade estivesse com os dias contados. Sem participar de quase nada no ano passado e dependendo apenas de uma cabeça para se manter, o Delei terá sim competições internas e irá, pelo menos é essa a promessa de seus “dirigentes”, a todos os torneios da Federação. Não tenho ideia de quantos disputam o torneio na cidade, que abriga, álias, o Guarani, terceiro maior vencedor de campeonato gaúcho de futebol

Encruzilhada do Sul: Em função da idade de seus membros, é a entidade com mais futuro no Estado. O pelotense Joni comanda a gurizadinha da região do Capivari. Entidade recente e que ainda conta com poucos jogadores, mas que se faz presente em todos os campeonatos.

Caxias do Sul: Entidade dedicada somente a regra brasileira modalidade liso. Tem mais de 20 jogadores. Alguns até sonham em jogar cavado, mas não conseguem furar a retranca de opinião de vozes diretivas. Uma pena.

Essas 14 associações são efetivamente as que disputam competições da FGFM. Então, de onde eu tirei aquele número louco de 24? Por causa do fator Vinhas!

São Lourenço: Cidade linda (mais até que o Rafael Lima, sé é que é possível isso) da zona Sul. Tem um dos mais tradicionais torneios não oficiais do calendário: o lagoão. Graças a internet, ficou-se sabendo que o futebol de mesa ainda resistia no município.

Daí foi um passo para a facilitação e o reingresso da entidade na federação. Segundo o site do Grêmio Lourenciano, a expectativa é de juntar 16 jogadores no torneio de abertura da temporada.

Canguçu: Associação do primeiro campeão estadual. Também foi uma agradável surpresa quando detectamos no ar um site onde informava que o botão ainda estava vivo na cidade mais fria da região sul.

Filiou-se recentemente a FGFM e outra ótima notícia - venceu a barreira dos dez jogadores. Conforme o endereço eletrônico da entidade, 11 botonistas duelam nas mesas da AABB.

Santa Vitória do Palmar: Cidade que tem como maior qualidade a proximidade com Punta Del Diablo, onde já passeis alguns carnavais muito bons. Parece que foi lá tb que nasceu o amor do Fosca pelo Nacional do Uruguai. O motivo eu não gostaria de revelar aqui.

Sem fonte de informação eletrônica, pra nós é um mistério quantos jogadores jogam lá e se ainda jogam, mas a notícia é que a associação, umas das principais da década de 90, está de volta. Muito legal isso!!!

Chegamos ao número de 17 filiadas, de onde sairiam as outras oito??

Candiota: Existe um movimento pra criar uma associação lá. Tomara que isso não esvazie o Delei

Cachoeirinha: Apareceram três caras de lá no Grêmio no ano passado. Tudo muito incipiente ainda.

GEVI: Reza a lenda que voltou as atividades

Alegrete: Tem muita gente que joga botão e ainda mora lá na minha terra natal

Livramento: Idem a Alegrete. Disparado a associação mais tradicional da fronteira-oeste. Seria motivo de enorme felicidade se retornasse.

Guaíba: Tem muita gente jogando em outras entidades. Quem sabe não rola uma nova tentativa de revitalizar o “esporte”por lá.

Jaguarão: Tem até campeonato interno. Acho que irá voltar mais dia menos dia. Fica a torcida!

Eu sei que esse número é utópico, mas quem sabe. Torcemos por isso!!

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